O que deixo, o que marco em sua vida quando eu passo por vc?
O que os meus olhos confessam quando encontram com os seus?
Se eu deixo uma saudade boa pra lembrar, o que fica de mim? (...)
(Trecho da música "Voltei pra perguntar" - Pe. Fábio de Melo)
O que os meus olhos confessam quando encontram com os seus?
Se eu deixo uma saudade boa pra lembrar, o que fica de mim? (...)
(Trecho da música "Voltei pra perguntar" - Pe. Fábio de Melo)
De repente a letra desta música me fez refletir. O fato de que onde quer que passemos, independente de qualquer coisa, deixamos pedaços de nós na vida de alguém.
Às vezes são pedaços que mais parecem migalhas, de tão miúdos; outras vezes eles têm cheiro de amizade. Às vezes são pedaços grandes, como tijolos, e isso acontece toda vez que somos fardo na vida de alguém. Outrora, são lixo. Um lixo fétido, que até demora pra ser lançado fora. Algumas vezes apenas passamos pela pessoa, sem sequer dar um "oi", e só aquela presença temporária, o olhar, o sorriso ou a serenidade ficam de alguma forma.
Tem gente que passa e deixa perfume, flores, cores... Tem gente que passa só pra nos dar uma ajuda rápida com os livros que caíram no chão; depois somem de vez. Tem gente que passa, te olha e te chuta. E depois te olha caído no chão e te chuta de novo. Daí vai embora. E tem gente que passa e parece que bagunça a vida da gente toda, mas no final das contas, depois que a gente arruma tudo, percebe que se ela não tivesse passado não teríamos nos tornado pessoas melhores... A passagem é semelhante à de um tornado, e aquilo que a gente pensou que foi destruição, na verdade foi poda, pra que a gente pudesse aprender a viver a vida de outro jeito. De repente a pessoa nem era mesmo pra permanecer no meu cotidiano. Era só pra passar, e com sua passagem, cumprir sua missão na nossa vida.
Tem gente que marca, fica, fixa. Mesmo sem a gente saber o porquê, mesmo nem a outra pessoa sabendo que foi assim na vida da gente. E o tempo passa, mas a intensidade da presença permanece, mesmo na ausência completa. Mesmo sem ouvir a voz, sem olhar nos olhos, sem ver o rosto! Mesmo sem rir da cara do outro ou mesmo sem chorar juntos. O mais legal disso tudo é o jeito da gente ficar. Ou ficamos pela lembrança do olhar, do sorriso, da voz... do perfume, da música ou da comida preferida. O que fica de melhor são as lembranças de tempos que, embora não voltem mais, permanecem inalteráveis na memória de alguém que passou por você.
Bom findi.
Camila Vieira
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